A vida Real

Quando eu gosto de algo eu realmente gosto. Arrepio quando estou em um lugar deslumbrante. Sinto que meu coração vai explodir de saudade dos meus amores porque gostaria de compartilhar cada momento de descoberta com eles. Desta vez não foi assim. O Castelo de Edimburgo não me deixou arrepiada ou com o coração aos pulos.

Não que não seja um lugar lindo, a vista é deslumbrante e toda a vila é super bem preservada. Além disso, só de pensar que há quase mil anos tinha gente andando por aqueles corredores já é capaz de me deixar em êxtase. O problema é que eu sou o tipo de pessoa que gosta de sentir a ação do tempo nos locais que visito. Os buracos no chão, as balas nas paredes, os ferros retorcidos ou enferrujados, sabe, gente, isso tudo faz parte da história, assim como cada um de nós tem suas marcas da vida. E não acho justo removê-las para dar uma aparência melhor à “construção”, porque, o que vale, é tudo o que já passou – e o que está por vir será construído por cima de cada furinho. Enfim, isso tudo foi para falar que achei tudo arrumado demais.

Para começar, transformaram uma ala inteira (onde eram os quartos dos empregados e cozinha) em várias ante-salas (ai, até hoje eu me embaralho com essa nova gramática. Com o inglês na cabeça todo santo dia, piorou de vez... desculpa,  gente!)  que levam a outra onde estão expostas várias jóias reais, como cetros, coroas, colares...muito lindo! Mas, não sei, o que eu gostaria de vez mesmo era o chão de pedra com as marcas das mesas de madeira, ao invés de um piso trabalhado e com iluminação especial. Nos aposentos reais, a mesma coisa: a lareira está acesa com um fogo falso, as prateleiras e armários perfeitamente envernizados e limpos. Não há móvel nenhum. Não há como você “sentir” como era ser rei daquele castelo. Há, ainda, diversas casas secundárias que formam uma vila real. Atualmente algumas abrigam um museu do exército e casas dos oficiais. Tudo muito limpo.

Enfim, sabe quando você sai com uma pontinha de desapontamento? Foi assim que me senti.

Mas tem que ter coisa boa, claro! Lá do alto do morro é possível ver a cidade inteira, até o porto. Há também um restaurante bem no alto de uma torre, ótimo para um café no final da tarde, no mínimo. Interessante, também, são os diversos atores que ficam por lá representando a vida no século 17. Eles cozinham, afiam facas, entalham madeira, disparam canhões e revólveres, lutam com baionetas... tudo com a maior naturalidade em meio a centenas de turistas agonizantes por todas as imagens possíveis.

Em cima, panorâmica do Castelo de Edimburgo e da vila que o cerca. Embaixo, paronâmica da vista espetacular de Edimburgo

Depois da visita de duas horas, nada melhor que pegar o caminho da plebe e ver o que acontece no meio da multidão. Vale à pena uma passada no Parlamento Escocês, o prédio é lindo, com uma estrutura que mistura madeira, concreto e pedras. Interessante, também, é que do lado de fora, há um muro com uns 50 metros de comprimento que abriga pensamentos ou discursos de diversas personalidades durante os últimos 300 anos. E, claro, há vários espaços vagos para frases de efeito.

Logo ali, do outro lado da rua, está a casa de veraneio da família real. Claro que como boa súdita dei um alozinho aos guardas e esperei ansiosa pelo príncipe Willian, que, novamente, me deu bolo  (olha, já estou quase desistindo desse romance). Como já era final de tarde, não foi mais possível entrar na humilde residência e dar mais algumas libras à rainha. Contudo, é claro que foto não faltou, olha aí, ó!

Bom, gente, como amanhã é sexta, vamos fechar a semana com chave de ouro, com direito a passeio em vulcão e um almoço com buchada de carneiro ;)

Bjs e até já!

Se você gostou, espalha o blog para seus amigos e comenta aí embaixo ;)