Quem vê meu ar campestre e juvenil pode não perceber o quanto eu sou impaciente e o quanto fico nervosa quando as coisas não saem como planejo (meu terapeuta tem anos de trabalho pela frente até que possa resolver isso, mas vou estar trabalhando essa questão – assim mesmo, no gerúndio, com início no presente e prorrogação ad infinitum). E assuntos burocráticos me deixam mais insuportável ainda. O que não dirá, então, um email que chega do Consulado do Reino Unido pedindo prazo extra para avaliar meu pedido de visto porque eles precisavam confirmar “algumas informações”.
Pronto. Gelei.
Tive uma crise de nervos quando li o tal email. A vontade era de pegar o telefone: “moço, é por causa do meu sobrenome alemão? Olha, eu não tenho nada a ver com a segunda guerra, minha família veio fugida da Alemanha, inclusive”. Mas nada feito. Nem um telefonezinho sequer eles disponibilizam. O que resta fazer? Aguardar além do previsto. O pior é que justo durante toda essa confusão eu estava em viagem. Agora imagina a situação: Aeroporto Internacional de Brasília, às 10h. Eu, com o laptop embaixo do braço, correndo pela praça de alimentação para achar um local que acessasse internet. Meus pais aguardando a chegada de uma tia. Nada feito na praça de alimentação, corri para o balcão da Infraero e implorei uma senha de internet para uma das atendentes. Nada feito novamente. No final das contas tive que sacar o cartão de crédito e pagar por 3h de acesso quando, na verdade, precisava só 30 minutos. Um abuso! E essa correria não adiantou nada, porque não há como interceder no processo ou solicitar informações sobre o andamento. É preciso esperar. E eu odeio esperar.
No dia seguinte recebi uma mensagem dizendo que meus documentos seriam reenviados para Goiânia. Só isso. Sem nenhuma mensagem subliminar do tipo. “Senta e chora”, ou “Alegria, alegria, seu visto está a caminho”. Mais uma vez, tive que me contentar e exercer a paciência que tanto preciso aprender a ter. Eis que ontem pela manhã o tão aguardado envelope reluzente do sedex estava na portaria! E o visto aprovado!!!!
Mas, como felicidade de pobre nunca é só felicidade e a gente não se contenta com o prato de arroz com feijão, o Consulado só concedeu permissão para que eu entrasse no país uma semana após a data requisitada, ou seja, vou perder a semana de integração para os alunos internacionais (inclui palestras, apresentação do campus, do método de ensino...). Como eu sou neurótica, entrei em contato com a universidade perguntando se há algum tipo de documento que eles possam me fornecer para que seja possível eu entrar na Inglaterra no prazo anteriormente planejado. Vou estar aguardando a resposta. Alguém sabe se existe algo do tipo?
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