segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Londres, a tradicional troca de guarda e o silencio do Hyde Park

Vamos a mais um capítulo da viagem à Londres? Gente, sei que estou super enrolada, mas a explicação da vez é que essa foi uma semana nem um pouco fácil. Resumindo, na terça-feira (7), acordei com quase 40ºC de febre e a garganta tão infeccionada que minhas amígdalas pareciam duas bolas de basquete. Resultado? Perdi o Fórum Mundial de Comunicação, na Suiça (e os valores do hotel e passagem também), fui parar no médico e acabei tendo que tomar antibiótico por sete dias, ou seja, nem tomar um vinho pra esquentar eu posso. Contudo, como desgraça pouca é bobagem, no sábado (11), acordei me sentindo melhor, finalmente, e fui dar uma volta na cidade. À noite tinha uma festinha na casa de uma amiga, mas, pra variar, não pude ir. Motivo? Primeiro achei que era uma crise de enxaqueca, mas depois evoluiu para um martelo sem fim na minha cabe, náuseas e vômitos constantes que só começaram a melhorar hoje depois do almoço. No meio disso tudo, como se não bastasse, tinha que terminar dois artigos do mestrado para entregar amanhã. 

Mas chega de baixo-astral que é hora de se divertir com a tradicional, moderna, eletrizante, silenciosa, barulhenta...Londres! 


É engraçado o quanto alguns pontos caracterizam as cidades ou as vezes se tornam até mais importantes que o próprio local. É o caso do calçadão de Copacabana, por exemplo. Você pode não saber o nome da cidade, mas sabe que tem alguma coisa a ver com sol, praia e pés descalços. Pelo mundo à fora não é diferente, e se ir à Londres sem tirar uma foto do Big Ben é uma afronta a alguns, acho que na verdade passar pela capital inglesa sem conhecer o tumulto da troca de guarda no Palácio de Buckingham é um ultraje ainda maior - vocês concordam?. Como Paris sem Eiffel, Roma sem o Coliseu, Barcelona sem o Parque Güell ou Goiânia sem o Parque Vaca Brava! É algo tão tradicional do lugar, faça chuva ou faça sol os soldadinhos vão marchar as 11 horas e centenas de turistas do mundo inteiro estarão com as câmeras em punho para registrar o desfile. 




Desde 1837, o Palácio é a morada oficial da monarquia britânica em Londres e sempre que um dos membros está presente a bandeira fica hasteada. A segurança parece ser bem reforçada, contudo durante anos já foram divulgados vários relatos de pessoas que conseguiram driblá-la. A primeira ocorreu logo no ano de inauguração, quando um garoto de 12 anos conseguiu viver um ano (!) escondido nas chaminés e o último em 2004, quando um manifestante pelo direito dos solteiros se fantasiou de Batman e escalou uma das paredes do Palácio. Antes disso, em 2003 um jornalista do Dayli Mirror trabalhou durante dois meses no local e revelou fotos secretas da visita do então presidente Bush. Em 1997 encontraram um doente mental passeando pelos jardins e em 1981 três turistas alemães acamparam no gramado e justificaram que pensavam estar no Hyde Park. Dá pra acreditar? Isso só para citar alguns casos. 

A dica é você acotovelar quem estiver do seu lado e ficar em frente à grade dos portões do Palácio. A marcha começa lá dentro e dezenas de mãos vão para os ares tentar registrar o que acontece, mas somente os afortunados de estarem perto da grade conseguirão. Contudo, não perca seu tempo ficando até o final. A pomposidade toda dura 40 minutos, mais ou menos, mas é uma repetição sem fim. Se tiverem autoridades participando, aí vai enrolar mais um pouco. Durante o inverno a cerimônia acontece dia sim, dia não (até o dia 23 de dezembro sendo em dias ímpares e, depois, pares) e o Palácio não fica aberto à visitação ( no verão é possível conhecer alguns aposentos em visitas guiadas). Veja o batalhão saindo e espere a primeira turma retornar e vá embora. Daí, a dica é correr para o Hyde Park, logo do outro lado da rua!

Esse sim vale hooooooras de caminhada! Só de olhar no mapa a gente já fica perdido e cansado de tanta opção. Como já tinha conhecido uma parte na primeira visita a Londres, em 2008, dessa vez fomos para o lado oposto. O espaço começou a tomar forma lá por 1536, quando o rei Henrique VIII comprou a área dos monges da Abadia de Westminster e transformou o local em área de caça da família real. Nos séculos seguintes algumas modificações deram ao espaço o caráter público atual. A última modificação foi feita em 2004, com a construção da fonte em memória à Lady Di ( quem diria que quem talvez tenha sido mais rejeitada pela família real hoje tem um lugar eterno bem ao lado da cama da rainha). 

O parque se estende por mais de 140 hectares e além de diversos monumentos disponibiliza uma área para prática de esportes como tênis, natação e remo, além das pistas para caminhada e corrida. Além disso tudo, o que impressiona é o silêncio. No centro de uma das capitais do mundo é possível ouvir a água caindo em pequenas cachoeiras, pássaros cantando e voando, esquilos brincando e comendo na sua mão, patinhos nadando nos lagos e, até, o barulho do vento nas árvores. Acho que isso é a maior beleza do Hyde Park. 

Depois dessa andança toda, nada melhor que um estratégico e tradicional chá das cinco e uma boa noite de sono para encarar o British Museum no dia seguinte e encerrar a visita à capital inglesa em um estilo super cultural! 


Então nos vemos amanhã!
E você, tem alguma outra dica de passeio em Londres? 


=*

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